Roberto Mendes

Show
19/11
A partir de 20h
Pavilhão de Aulas do Cecult
Aberto ao público
Roberto Mendes iniciou sua carreira em 1972. Exímio violonista, autor e compositor, é um filho de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, cidade da qual nunca se mudou, embora sua música tenha viajado o mundo em sua própria voz e na interpretação de artistas como Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano Veloso, Sérgio Mendes, Gilberto Gil, Mariene de Castro, Fabiana Cozza, Virgínia Rodrigues, Daniela Mercury, entre outros. Ao longo de mais de 40 anos de carreira, já lançou 11 álbuns, 2 livros, 1 DVD, 1 EP, além de inúmeros shows, workshops e palestras ao redor do mundo.
A ode à sua terra encontra respaldo em seu trabalho artístico: o músico é um profundo conhecedor e estudioso do samba chula, a vertente do samba característica do Recôncavo Baiano e hoje conhecida no mundo todo como Obra Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Mais do que estudioso do tema – sobre o qual já lançou dois livros: “Chula: comportamento traduzido em canção” e “Sotaque em pauta” –, Roberto é o mais aclamado pesquisador do assunto e conheceu dezenas de tocadores de viola machete – a viola diminuta e aguda do samba chula – e com eles aprendeu com esmero a técnica tradicional do instrumento, na qual indicador e polegar se alternam para ferir as cordas. Foi esta técnica que Roberto Mendes levou para o violão popular, transformando-o no que ele mesmo chama de instrumento percussivo de cordas feridas, alusão ao protagonismo do ritmo nesta técnica. Com isso, Roberto traduziu a chula para o violão popular brasileiro, inventando uma maneira singular e complexa de tocar o instrumento, o que o levou a ser um dos violonistas populares de maior renome do Brasil.
No show “Quem vem lá sou eu”, Roberto Mendes apresenta os repertórios dos seus mais recentes lançamentos: “Na base do cabula” e “Catetê”, bem como clássicos da sua carreira, composições resultantes de décadas de pesquisa e dedicação a dois gêneros musicais tradicionais da sua região: o xaréu e a chula. “Quem vem lá sou eu” é um verso conhecido no samba chula e também uma representação da metafísica do Recôncavo Baiano: a capacidade de olhar para si desde fora, de se reconhecer e reinventar. O músico faz, portanto, o que ele chama de prestação de contas: um modo de mostrar ao mundo o que ele aprendeu com as matrizes culturais de seu povo.